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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Sopro de vida



Olá Pessoas!

Quem aqui nunca esteve/está em um relacionamento abuso que atire a primeira pedra.
Hoje eu andei refletindo sobre meus antigos relacionamentos e fiquei "passada" ao ver o tanto de coisa que eu me submetia.

Só para deixar bem claro que eu também não fui nenhum alecrim dourado não, ok?
Eu também fui tóxica, também errei, também afoguei a pessoa que estava no relacionamento comigo e fui uma pessoa que eu jamais gostaria de ser novamente.

A intenção desse post não é atirar farpas, até porque o que passou já não tem mais como remediar e mesmo que anos depois ainda tirar aprendizado constante disso é sim uma prova que aprendemos com nossos erros.

O outro ponto que vale à pena ressaltar sempre é que o fato de ter aprendido com meus próprios erros foi um processo árduo e que pra isso acontecer eu tive que sofrer muito, mas foi de extrema importância para mim.

Durante muito tempo eu fiquei me perguntando como eu consegui a proeza de destruir algo que eu amava tanto, de como eu me tornei uma pessoa sem perspectiva de vida, tóxica entre tantas outras coisas ruins que nem consigo mais imaginar. E para conseguir chegar a uma conclusão do que tinha se passado comigo, tive que fazer uma viagem no tempo e perguntar para o meu antigo "eu" o porque de tanta coisa ruim ter se passado e obtive algumas respostas.

A primeira foi como me tornei essa pessoa? E a resposta foi enlouquecedora, não foi um fato isolado, mas uma sequência de coisas que me fizeram ser o que eu mais temia.

Tudo começou quando me impuseram que mulher tinha que se vestir de uma determinada forma, pensar de uma determinada forma, rezar de uma determinada forma.
O que essa pessoa não imaginava é que tentando me moldar da forma dela, acabava despertando o pior de mim.

Nunca levantei bandeira para feminismo ou algo nesse sentido, quem me conhece sabe que sou leiga em diversos aspectos, mas por culpa minha mesmo, pois o conhecimento está bem acessível para todos, o fato é que a busca incessante por conhecimento não te torna a melhor pessoa do mundo, na minha opinião o conhecimento em excesso acaba se tornando uma arma contra você.

Durante anos tentaram me moldar para que eu conseguisse ser a tal pessoa dos sonhos e no final só restava um fantoche sem vida, sem perspectiva e sem alegria.

Eu me vestia de uma forma que eu não gostava, tinha medo de dar a minha opinião sobre alguns assuntos, tinha na minha cabeça que a única função da mulher no mundo era limpar, cozinhar, servir e e educar os filhos dentro de casa.
Me fizeram acreditar que o canto na missa de domingo era algo que incomodava e me "obrigava" a estar ali domingo após domingo já com uma fé enfraquecida, vivendo algo de faixada.


Um tempo depois com um sopro de vida que me tocou um dia pela manhã, descobri que eu posso sim me vestir da forma que eu quiser, rezar e cantar da forma que eu bem entender, cuidar da casa dos filhos, educar, andar, respirar e viver  da forma que EU bem entender e que ninguém pode impor a forma como eu faria isso.

Se eu pudesse mandar um recado pro meu novo eu, seria esse: Seja sempre gentil, não perca a sua essência, seja forte, o amor constrói sim, mas também pode destruir. Não se perca, no final das contas será só você e você mesma, mais ninguém. 

E foi aí que eu entendi...
"Às vezes é preciso bater com a cabeça na porta várias vezes, para se dar conta de que não é a porta que está no lugar errado e sim você."


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