Nem sei porque você se foi.Quantas saudades eu senti e de tristezas vou viver, e aquele adeus, não pude dar. Você marcou em minha vida,viveu, morreu na minha história.
Chego a ter medo do futuro e da solidão, que em minha porta bate.
Pa-dri-nho - substantivo masculino
1. O que apresenta o neófito ao batismo
2.Protetor.
Durante muito tempo tentei escrever esse post e não consegui, mas esse mês a saudade bateu tão forte que não deu mais pra fugir. Hoje eu vim aqui para contar sobre uma das pessoas mais importantes que já passou pela minha vida, o meu padrinho de batismo, Eduardo Ballarin.
Tudo começou quando meus pais moravam no Rio de Janeiro, minha irmã já tinha nascido e minha mãe estava à minha espera. Mas a situação lá não andava muito boa e meu pai acabou indo embora do Rio de Janeiro para uma cidade chamada Posse, fica em Goiás. O fato é que chegando nessa cidade a situação continuou cada vez mais crítica e meu Padrinho conseguiu um emprego na época pro meu pai de vigilante em Brasília e também nos deu dinheiro para que meu pai conseguisse comprar um terreno, o qual eu imaginava que era meu até uns 8 anos de idade, pelo fato do meu Padrinho ter dado o dinheiro. HAHA, imaginação de criança é fogo.
A situação com o tempo foi melhorando, meu pai conseguiu esse emprego e minha mãe era diarista na casa do meu Padrinho. E assim a vida foi seguindo, na maioria das vezes eu ia com a minha mãe, enquanto ela trabalhava eu brincava com os filhos dele, e com isso o tempo foi passando e eu cresci com eles.
Quando entrei na fase da adolescência, lembro que a minha mãe já não trabalhava mais lá, as visitas se tornaram bem corriqueiras, mas vez ou outra o meu pai sempre fazia um churrasco lá em casa para que ele pudesse ir.
Todo mundo lá em casa tinha uma admiração muito grande por ele, na realidade gratidão e admiração vamos levar pelo resto de nossas vidas.
Quando entrei na fase adulta a minha irmã tinha conseguido o primeiro emprego dela, novamente graças ao meu Padrinho que foi lá e nos deu mais essa força. E foi de extrema importância, pois assim que saí do ensino médio a minha irmã me ajudou a conseguir o meu primeiro emprego e com isso a custear os meus estudos.
Com a correria do dia a dia as visitas ficaram cada vez mais esporádicas, até que um dia recebemos a notícia que meu Padrinho estava muito doente. Receber aquela notícia foi uma das coisas mais tristes da minha vida, mas ainda assim eu me mantinha esperançosa que ele podia sair dessa.
Ele viveu anos com essa doença, não sei ao certo quantos anos, fez todo o tratamento possível e imaginável, mas não tinha cura e nem era caso cirúrgico, e ele não resistiu. Nos deixou aos 58 anos de vida, e com uma sensação de como uma pessoa tão boa pode ir embora tão cedo?
Esse mês de maio completaram 3 anos de seu falecimento e eu não consegui ir ao enterro e também não consegui ir na sua lápide, quero poder lembrar dele com aquele sorriso, e com aquela voz que acalmava qualquer coração aflito.
No meu coração só guardo gratidão e muita saudades e uma pequena tristeza por não ter aproveitado melhor o tempo, mesmo o meu pai sempre avisando que tínhamos que aproveita-lo.
Por fim, só um sentimento prevalece:
Sempre te amaremos, Ballarin ♥